Ulisses não podia aproximar-se da ilha das sereias, cujo canto, dizia-se, de tão maravilhoso poderia dominar por completo seus sentidos, levando-o ao êxtase sensual e ao abandono de todas as máscaras impostas por seu 'Eu/Ego'. Porém, há 10 anos sem o amor de Penélope, e com desejos à beira de explodir, não se conteve, e decidiu ir ao encontro delas. Astuto, mandou seus remadores bloquearem totalmente seus próprios ouvidos, mas não os dele. Ordenou ainda que o atassem muito bem ao mastro da nave, de modo a tornar impossível que mesmo ele, herói tão musculoso da Guerra de Troya, conseguisse soltar-se.
Navegaram, pois, ao encontro das sereias, cujo canto excitou e enfeitiçou Ulisses, levando-o ao clímax dos clímax de prazer.
Implorou pra que seus remadores o soltassem, em vão.
Quem já vivenciou um encontro pleno com os desejos, o corpo e a alma de alguém, desses em que o tempo paira suspenso como que a tangenciar a Eternidade, entrevê a delícia e a dor de Ulisses ao ouvir aquele canto tão proibido.
Qual dor?
A dor que vem com o retorno, imposto, da percepção corriqueira de tempo a nos fazer voltar pra trás das máscaras.
A dor que vem com o retorno, imposto, da percepção corriqueira de tempo a nos fazer voltar pra trás das máscaras.
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