A Gabriele, cuja ânsia me é familiar.
A vida só tem sentido,
Se buscamos o impossível.
À parte isso, ocorre-nos
O concreto quotidiano viver:
O dia-a-dia, o desejo a repetir-se
Finito, pequeno, às vezes até
Um pouco vazio.
Você, Elisa, é meu impossível,
O que mais quero, o que jamais terei.
À parte isso, agita-me o corpo,
No concreto noite-a-noite,
O gozo que se impõe repetir,
Paradoxal, intenso e parco,
Às vezes até, um pouco medíocre.
*Elisa de Sanctis é personagem do filme “La Grande Bellezza”, de 2013, obra-prima italiana de Paolo Sorrentino, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Ouso opinar ser fácil para você, leitor, resolver o enigma sobre o porquê de eu ter decidido dedicar a Elisa este poema, ou seja, ao objeto do amor impossível de Jep Gambardella (personagem principal). Pela mesma razão, aposto que você rapidamente inferirá que o autor deste poema 'veste os sapatos' de Jep por lhe servirem muito bem, não é? Quem sabe tenha, ele mesmo, num cantinho explícito de si mesmo, lembranças eternas de um amor extremamente semelhante ao de Jep! Semelhanças até mesmo físicas com Elisa, quem sabe? Diferenças existem, sobretudo porque estamos todos vivos, acredite! No entanto, se você ainda não assistiu a esta obra-prima, que se passa em Roma, faça-o! Tenho certeza que vai adorar.
Por outro lado, se você já assistiu La Grande Bellezza, tenho certeza que perceberá em Elisa de Sanctis inconfundíveis traços da Beatrice di Dante Alighieri.
Por outro lado, se você já assistiu La Grande Bellezza, tenho certeza que perceberá em Elisa de Sanctis inconfundíveis traços da Beatrice di Dante Alighieri.
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