No colegial (ensino médio de hoje), ou ainda antes, meu interesse pela Filosofia se manifestava como algo muito sério, vindo de meu Eu mais profundo. Depois de ter pensado muito em escolher uma carreira, finalmente me iscrevi no vestibular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Meu pai não entendeu a escolha, e me disse:
"Medicina por quê, Marcos, se você nasceu Filósofo, sempre com ar de quem pensa muito em tudo!?"
O que papai ainda não sabia é que foram os problemas filosóficos com que me ocupava que me levaram à Medicina. Deduzi que um bom conhecimento de neurociências seria indispensável para quem fosse se ocupar com questões fundamentais de nosso tempo, talvez de todos os tempos como:
'Livre arbitrio ou determinismo?'
Os seres humanos devem ser considerados como responsáveis e/ou culpados pelas conseqüências de suas ações, ou a seqüência de eventos causais, alheios a sua vontade, os leva a fazer escolhas, sendo a decisão individual mera ilusão?
'O Universo teve um começo no tempo? Causado por Deus, ou ele sempre existiu?'
Você, leitor, pode estar pensando: “Que adolescente nerd e chato”. Talvez você esteja certo, mas eu costumava continuar a filosofar muito, mesmo se tomado por paixões, meu estado constante de ser. Após formar-me em Medicina e especializar-me em Psiquiatria no Hospital das Clínicas da mesma Faculdade da USP (1981), iniciei o curso de licenciatura em Filosofia na FFLCH da mesma Universidade. Após a graduação em 84, iniciei meu trabalho de doutorado,que se concluiu com a tese "Genealogia do Real. Nietzsche e Freud". Sou sinceramente grato a todos os meus professores, dos Departamentos de Filosofia e Psiquiatria, por me apoiarem na recusa de encurtar meu trabalho com opções mais pragmáticas. Por fim, fonte das mais preciosas em minha formação filosófica foram, e são, os pacientes por mim atendidos em minha prática clínica como psiquiatra. Sofrendo dos chamados 'distúrbios psiquiátricos', sempre me instaram a levar adiante meus questionamentos acerca do fundamento da assim chamada "realidade" à qual todos os seres humanos estão inexoravelmente submetidos/condenados/atrelados/presos. Leitor, escolha o melhor desses particípios, ou sugira ainda outro.
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