Minha 'Genealogia do Real' se dedica a aprofundar nossa compreensâo do papel da libido narcísica na formação da
da personalidade humana, como postulada por Freud.
É comum que estudiosos de psicologia e psicopatologia só tratem superficialmente de Narciso [aqui = libido narcísica], e erroneamente lhe atribuam somente o impulso de NEGAÇÃO DO OUTRO, DOS OUTROS.
Esquecem-se de que, antes de negar o que lhe é exterior, Narciso necessariamente AFIRMA A SI MESMO!
Tentamos na 'Genealogia do Real' mostrar que só a partir dessa AFIRMAÇÃO RADICAL de si mesmo pode emergir a dialética que, em contato com o outro, engendra a COMPLEXO DE ÉDIPO. Aquela abordagem tão limitada de Narciso certamente empobrece a compreensão e a análise do complexo de Édipo, e de todo o desenvolvimento da personalidade que dele decorre.
Só um leitor muito apressado, com pouca atenção ao texto, poderia imaginar que trato de amenizar a imagem ruim que se tem dos "narcisistas" do mundo contemporâneo. NADA mais absurdo poderia ser dito a respeito da 'Genealogia do Real'.
O assim chamado "narcisismo" da cultura de hoje pouco, quase nada, conserva da afirmação radical da libido narcísica infantil.
Só consigo imaginar esse comportamento contemporâneo de massa como fenómeno engendrado pelo consumismo insano que aprisiona a sociedade global, a humanidade.
De tanto serem estimuladas a consumir compulsoriamente, as pessoas se voltam a si mesmas, a uma imagem de si, que se dedicam a tentar vender e usufruir como só mais uma mercadoria.
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