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October 3, 2021

Narciso e O Outro




"Narciso" habita camada primordial e profunda da mente humana, pilar mestre a partir do qual se estrutura nosso "Eu" (Ego), nossa personalidade. É força vital que perdura enquanto vivermos, pois o amar a si mesmo se confunde com a própria vontade de viver.
O 'narcisista' a que se referem as descrições clínicas de transtornos de caráter, é apenas um desvio grotesco dessa fundamental pulsão de vida.
Ao nascer, cada 'Narciso' logo se depara com a existência de outros seres humanos, que, como logo percebe, também são 'Narcisos'. E é no olhar do 'Outro' que o recém-chegado 'Narciso' encontra sua DANAÇÃO incontornável, o fim de seu gozo por si próprio, que soube extrair de sua própria imagem. É a efetiva expulsão humana do Paraíso.
No gozo autocontemplativo, 'Narciso' atingia a afirmação plena de si, enquanto a totalidade do existente único que julgava ser, dado que nada de externo lhe dizia respeito.
A imagem do 'Outro', então, imiscui-se e lhe rouba o protagonismo que busca ser o absoluto na cena do mundo.
Todo 'outro' com que se depara está, entretanto, nessa mesma busca ávida do orgasmo autocontemplativo de si, que prefere tomar por eterno.
Toda identidade pessoal, todo Eu/Ego que se mostra ao conviver na cena humana do mundo não pode ser senão máscara, armadura de combatente para uso na guerra dos Narcisos, nessa grande tartufferie que é sempre a convivência social.
Ninguém usa uma única máscara, nem cem, nem cem mil; seu número tende ao infinito, pois que se exibem a infinitos olhares e/ou infinitas perspectivas distribuídos pelos infinitos instantes fugazes da existência humana.

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