As ciências empíricas, ao tomarem, em inevitável tautologia, o próprio ser humano como objeto de estudo e dirigirem seu foco de atenção ao próprio agente de qualquer conhecimento possível, deparam-se com uma encruzilhada de duas vias de abordagem, origens de duas séries bem distintas de dados de observação:
1ª) A dos fenômenos ditos biológicos, senso strictu, que se dão a conhecer como eventos corpóreos, e que compõem um conjunto de dados apreensíveis, direta ou indiretamente, pela sensopercepção;
2ª) A dos fenômenos ditos mentais, que se deixam apreender apenas indiretamente e através da linguagem, seja ela verbal ou não-verbal,
Dessa cisão, que se impôs desde sempre, e forçosamente, à capacidade humana de conhecer a si próprio, uma tarefa complexíssima, resultaram:
Resultaram também opções metafísicas inerentes a essa mesma condição de sujeitos de conhecimento, que podemos sumarizar em duas tendências fundamentais:
B) Abordagem Monista: o ser humano é um ente uno, indivisível. Não existe uma substância humana corpórea, que seja tanto oposta quanto coexistente, num mesmo indivíduo, com outra substância imaterial e anímico (alma, espírito).
Kant, em sua 'Crítica da Razão Pura' (1782) já nos demonstrou que certas perguntas não têm resposta dentro dos limites da pura razão. E esse é o caso entre dualismo e monismo nas ciências do homem.
Entretanto, como já deixamos claro em postagens anteriores deste blog ('Problema Corpo-Mente' e 'Realismo Metafísico versus Instrumental') nossa prática clínica psiquiátrica nos levou desde cedo à opção pelo Monismo Instrumental.
RESUMO:
Nossa opção metafísica, inspirada e corroborada por nossa prática clínica é:
O ser humano é ente único, indivisível e singular.
Sendo obcecado pelo conhecimento (comeu "o fruto da árvore da sabedoria", no relato do Genesis), a ponto de julgar-se capaz até de conhecer a sua própria espécie.
Tomamos por errôneo dividi-lo em dois entes, ou atribuir-lhe duas facetas (alma e corpo) a interagir e dar-lhe vida. Tal partição decorre forçosamente da limitação dos métodos de abordagem de que esse mesmo ser singular, não-divisível (indivíduum = latim significando 'não divisível') tem que valer-se ao partir em busca do conhecimento de seus iguais.
ADVERTÊNCIA: O leitor não deve cair na tentação de ver aqui uma validação de qualquer tipo de reducionismo: seja psicológico ou orgânico! Que fique claro que nem uma abordagem nem outra deixa de ter suas severas limitações, o que torna inevitável, e até salutar, que tanto se degladiem.
1ª) A dos fenômenos ditos biológicos, senso strictu, que se dão a conhecer como eventos corpóreos, e que compõem um conjunto de dados apreensíveis, direta ou indiretamente, pela sensopercepção;
2ª) A dos fenômenos ditos mentais, que se deixam apreender apenas indiretamente e através da linguagem, seja ela verbal ou não-verbal,
Dessa cisão, que se impôs desde sempre, e forçosamente, à capacidade humana de conhecer a si próprio, uma tarefa complexíssima, resultaram:
A) As Bio-Ciências do Homem;
B) A Psicologia (incluida aqui a Psicopatologia, e outros ramos derivados);
B) A Psicologia (incluida aqui a Psicopatologia, e outros ramos derivados);
Resultaram também opções metafísicas inerentes a essa mesma condição de sujeitos de conhecimento, que podemos sumarizar em duas tendências fundamentais:
A) Abordagem Dualista: de acordo com a qual, o ser humano é o resultado da interação de dois componentes essenciais, quais sejam,
1. O corpo anatômico, e
2. A alma imaterial.
A concepção de Descartes, bastante conhecida, atribuía à glândula pineal a sede da alma humana, de onde esta comandaria o corpo.
1. O corpo anatômico, e
2. A alma imaterial.
A concepção de Descartes, bastante conhecida, atribuía à glândula pineal a sede da alma humana, de onde esta comandaria o corpo.
B) Abordagem Monista: o ser humano é um ente uno, indivisível. Não existe uma substância humana corpórea, que seja tanto oposta quanto coexistente, num mesmo indivíduo, com outra substância imaterial e anímico (alma, espírito).
Kant, em sua 'Crítica da Razão Pura' (1782) já nos demonstrou que certas perguntas não têm resposta dentro dos limites da pura razão. E esse é o caso entre dualismo e monismo nas ciências do homem.
Entretanto, como já deixamos claro em postagens anteriores deste blog ('Problema Corpo-Mente' e 'Realismo Metafísico versus Instrumental') nossa prática clínica psiquiátrica nos levou desde cedo à opção pelo Monismo Instrumental.
RESUMO:
Nossa opção metafísica, inspirada e corroborada por nossa prática clínica é:
O ser humano é ente único, indivisível e singular.
Sendo obcecado pelo conhecimento (comeu "o fruto da árvore da sabedoria", no relato do Genesis), a ponto de julgar-se capaz até de conhecer a sua própria espécie.
Tomamos por errôneo dividi-lo em dois entes, ou atribuir-lhe duas facetas (alma e corpo) a interagir e dar-lhe vida. Tal partição decorre forçosamente da limitação dos métodos de abordagem de que esse mesmo ser singular, não-divisível (indivíduum = latim significando 'não divisível') tem que valer-se ao partir em busca do conhecimento de seus iguais.
ADVERTÊNCIA: O leitor não deve cair na tentação de ver aqui uma validação de qualquer tipo de reducionismo: seja psicológico ou orgânico! Que fique claro que nem uma abordagem nem outra deixa de ter suas severas limitações, o que torna inevitável, e até salutar, que tanto se degladiem.
No comments:
Post a Comment
The author looks forward to reading your comments!
O autor aguarda seus valiosos comentários, leitor.