Subscribe in a reader

IDIOMAS, IDIOMS, LINGUE

ENGLISH, ITALIANO, PORTUGUÊS
Todas as postagens originais deste blog, com poucas exceções, podem ser lidas aqui, sem a necessidade de recorrer a tradutores automáticos, nesses idiomas acima.
Embora possam alguns dos textos não aparecer nas páginas iniciais, basta pesquisá-los aqui mesmo.

Tutti i post di questo blog, con poche eccezioni, potreste leggere qua nelle tre lingue su dette, senza bisogno di ricorrere a traduttori automatici (come il traduttore
di google). Sebbene possono non essere trovati nelle pagine iniziali, appariranno se ve le cercate.


Original posts on this blog, but for a few exceptions, may be found here in the three above mentioned idioms without need of any automatic translators. Whether not visible in the first pages, the "search this blog" tool will help you to find them easily.

July 8, 2021

Paradoxos da Solidão


Solitário do Tipo A)
Entrega-se sempre por inteiro, sem medo, de peito aberto a qualquer interação afetiva. Sincero, apaixonado, intenso!

Solitário do Tipo B) Interage afetivamente sempre com um pé atrás. Nunca se entrega por inteiro a ninguém. Tem medo dessa entrega total, usa máscaras, faz 'jogos' emocionais com todos, inclusive no amor mais forte.

O do primeiro tipo (A) é raro, seu afeto é sempre muito forte, sincero, pleno. Por ser pouco compreendido e pouco correspondido nessa intensidade de entrega, sofre. Pode sofrer muito. Pois as pessoas com quem se envolve, frequentemente se esquivam de tanto apego.
Daí estar só com mais freqüência, e ter menos amigos do que a maioria. Por outro lado, suas amizades são sinceras, e costumam durar toda a vida. Mesmo que se vejam raramente. Daí estar tantas vezes fisicamente sozinho, e não ter grande número de amigos.

Os do segundo tipo (B) não aparentam solidão, ao primeiro olhar, estando com freqüência acompanhado de amigos superficiais e fugazes. Não se entregam a fundo jamais, seu apego pode não passar de mera máscara.
Sua solidão, apesar de disfarçada e quase nunca reconhecida, é incontornável.

Leiamos, agora, uns versos de Fernando Pessoa, de seu heterônimo Álvaro de Campos, sobre sentir-se só :
 
"Não sei. Falta-me um sentido, um tacto
Para a vida, para o amor, para a glória...
Para que serve qualquer história,
Ou qualquer fato?


Estou só, só como ninguém ainda esteve,
Oco dentro de mim, sem depois nem antes,
Parece que passam sem ver-me os instantes,
Mas passam sem que o seu passo seja leve.

Começo a ler, mas cansa-me o que inda não li.
Quero pensar, mas dói-me o que irei concluir.
O sonho pesa-me antes de o ter. Sentir
É tudo uma coisa como qualquer coisa que já vi.

Não ser nada, ser uma figura de romance,
Sem vida, sem morte material, uma idéia,
Qualquer coisa que nada tornasse útil ou feia,
Uma sombra num chão irreal, um sonho num transe."

No comments:

Post a Comment

The author looks forward to reading your comments!

O autor aguarda seus valiosos comentários, leitor.