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January 23, 2014

ECONOMIA DO COMPORTAMENTO: KAHNEMAN E A INTERAÇÃO RAZÃO, EMOÇAO E INTUIÇAO.

PONDERAÇÕES ACERCA DA ABORDAGEM DE DANIEL KAHNEMAN EM PSICOLOGIA ECONÔMICA NO LIVRO "THINKING FAST AND SLOW", QUE LHE DEU O PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA


Nosso tempo deve muito a Freud, a Marx e a Nietzsche. Quem poderia discordar da avassaladora influência desses três grandes intelectuais sobre nossos modos de sentir, pensar e viver, seres humanos que somos destes séculos XX e XXI, quer gostemos ou não disso?
A Friederich Nietzsche devemos o desmascaramento, a ridicularização de supostas morais ditas absolutas, pois que conduzidas sempre por forças profundas e a serviço dos mais mesquinhos interesses, mesmo que travestidas por santas palavras beneméritas.
Ensinou-nos, portanto, a suspeitar sempre radicalmente das "boas intenções".
A Karl Marx devemos a denúncia da crença na idéia de classes dominantes nacionais neutras, que supostamente estariam interessadas tão-só em governar guiadas pela estrela-guia que seria a busca do "bem comum de nosso povo", ou "da felicidade geral da nação". Curiosamenete as classes burguesas de diversos países valiam-se desse mesmo discurso pra abocanhar os recursos da mais-valia do trabalho, e aliavam-se a nível internacional por seus interesses mesquinhos anti-nacionais. 
Mas que ninguém se iluda, pois os supostos representantes das idéias de Marx no poder de algumas nações, a partir de 1917, jamais conseguiram dar realidade a relações mais justas de trabalho. Suas "boas intenções" só levaram ao Inferno! (Parafraseando o próprio Marx).
A Sigmund Freud devemos o denúncia e a desconstrução de mais de mil anos de repressão sexual pesadíssima, que se fez possível através das noções de Inconsciente, de Isso, Eu e Supra-Eu (Id, Ego e Superego, na deficiente tradução inglesa, tão famosa). 

Desses três grandes gênios libertadores, Freud é, portanto, o que mais profundo cala no âmago da vida pessoal de cada um nós, já que nos restituiu aquela inocência maravilhosa e intensa de nossos desejos sexuais, por longuísimos séculos execrados, vilipendiados e tomados por patológicos e/ou demoníacos, merecedores do pior dos infernos. 
Criou, além de sua tópica descritiva da psiquê, uma vasta teoria acerca da gênese das "doenças da alma". Ele revolucionou o estudo da psicopatologia, e era sua a última palavra em psiquiatria pouco antes de morrer em 1939.
Seu método de associação livre de palavras é poderoso para mostrar o que vai nas camadas mais profundas de nossas mentes. E assim poderoso sempre será! Todavia, como bem ilustra aquele episódio em que o próprio Freud adverte os incautos de que um "charuto, às vezes, é apenas um charuto" (e nem sempre um símbolo fálico como um iniciante em psicanálise pode pensar), JAMAIS poderá existir um dicionário unívoco de símbolos! Os símbolos do inconsciente são sempre dinâmicos, isto é, sujeitos ao turbilhão violento das associações que nos ocorrem no contato com o mundo exterior, e  se modificam até mesmo a cada insight recém-adquirido, a cada interpretação dada a um conteúdo até então primário, isto é, não analisado. Exemplificando: A, que nunca foi analisada antes, sonha que seu fuma um belo charuto para seu namorado. Ao contar esse sonho ao rapaz, que por acaso é um estudante de Filosofia, ele a interpreta assim: "Que maravilha amor, você sonhou que pratica sexo oral em mim!" Pega de surpresa, em seu EU consciente(ego da tradução inglesa), A reage e diz: "Que bobagem! Não preciso disso pra disfarçar meus desejos." Quando algum tempo depois a imagem do charuto se repetir, virá associada a outras e novas emoções, agora associadas também com a intepretação que seu amor lhe deu ao narrar o primeiro sonho. Se sentiu vergonha, raiva, potencialização do tesão, tudo isso junto, etc. seu segundo sonho com o mesmo charuto evocará isso através daquele mesmo símbolo.
Há pouco mais de um século, em 1907, Sigmund dizia estar estusiasmadíssimo com certo discípulo,19 anos mais jovem que ele, e que este seria uma grande força impulsionadora do movimento psicanalítico. O aluno tinha dele também excelente impressão, e sua amizade foi imediata consequência de seu priumeiro encontro. Todavia, quando romperam, eis o que Jung lhe escreveu:  
"...sua técnica de tratar seus alunos como pacientes é um erro.
Desse modo só produz filhos escravizados ou filhotes desavergonhados... Sou suficientemente objetivo para perceber seu truque".

[Alerto que não sou "junguiano". Estas ponderações não se destinam a "vender qualquer peixe"].

O que se teria passado? Nosso grande libertador estaria se compromentendo com uma nova forma de doutrinação dogmática, e pesada?
Sendo a livre associação uma tarefa infinita, remetendo os símbolos sempre a um turbilhão de novos símbolos, isso talvez pudesse liquidar rapidamente o movimento psicanalítico. Um sistema interpretativo aberto pode ser questionado em seus fundamentos por qualquer aluno?
Sou tentado a opinar que Freud se viu obrigado a tolher gravemente a criatividade de seus alunos, simplesmente pra defender-se do caos!
E seus biógrafos o confirmam: o grande Freud adaptou a sua "escola de psicanálise" métodos tipicamente stalinistas! Em nome do "bem maior" a vitória contra o obscurantismo repressor, e contra o anarquismo que parecia destinado a transformar cada um de seus alunos ( discípulos?) no criador de uma nova dissidência.
Depois de sua morte, os melhores discípulos de Freud estavam em Londres, cuja Sociedade Psicanalítica, ostentava o título de "única na linha direta de Freud". Chiquérrimo!
Freud, o grande pensador do século XX, entretanto, não pode ser encarado como um messias, nem como o descobridor de uma teoria definitiva da gênese das doenças mentais. Se fosse um grande líder messiânico, seu ritual secreto seria desprovido de interesse para a ciência e para a filosofia!
As idéias de Freud inspiraram-se nas obras de Schopenhauer e de Nietzsche, onde foram gestadas. A noção de Inconsciente, bem como a busca das reais forças envolvidas nos embates decisórios de nossa mente, já estavam nesses 2 filósofos Freud "traduziu" suas obras  numa tópica da mente humana, e numa extensa e ambiciosa teoria das neuroses.
A psiquiatria  deste século XXI é, sim, herdeira de Freud, como de outros tantos autores do passado. Muitos de seus conceitos foram incorporados, e são base de renovadas investigações. Pipocam conceitos freudianos nos livros recém lançados de clínica psiquiátrica, bem como nos manuais de classificação diagnóstica de "transtornos mentais", sejam europeus ou norte-americanos, etc.
Por que, então, não nos dizemos mais psiquiatras "freudianos"? Ou mesmo, como menciona a Professora Eliana Cardoso em seu recente artigo no jornal Valor, se diz que "Freud é um nome sujo" entre os psiquiatras de hoje?
O "movimento psicanalítico" se dividiu, sim, em inúmeras escolas, como não queria Sigmund Freud! Não adiantou muito valer-se das técnicas de lavagem cerebral "à moda stalinista". 
Jung criou a Psicologia Analítica, Lacan, o Psicanálise Estrutural, os americanos, várias escolas e sub-escolas... TODOS se dizem 'psicanalistas', e com igual direito, a não ser que cometêssemos a temeridade de considerar a brainwash um método válido de propagação científica. [Nauseante divagação absurda!].
Verdadeira Torre de Babel se seguiu. E, como é evidente, ciência e Torre de Babel são e sempre serão incompatíveis!
Pra se fazer ciência é imprescindível falar uma mesma língua, usar uma mesma terminologia de descrição dos fenômenos estudados, sob pena de  NADA produzirmos de útil. Se o que chamo de ansiedade ou de depressão é diferente do que você chama, nosso trabalho conjunto será imprestável. O mesmo vale pra qualquer conceito descritivo da mente, mencionado ou não por Freud.
Estaria eu atacando a "psicanálise" segundo a entende esta ou aquela escola? NÃO!
Enquanto instrumento de psicoterapia, se der resultado clínico, tem valor inestimável! Isso é verdadeiro mesmo quando tais instrumentos não sejam reconhecidos como derivados de teorias científicas.
Uma teoria científica tem que ser passível de refutação empírica, o que significa que não pode ser logicamente fechada sobre si mesma.

De onde vem todo o charme que persiste em nossa cultura, associado à palavra "psicanálise"? 
Opino que a aura magica que opera diante da mera pronúncia desse termo nos vem da evocação do papel de Freud na cultura de libertação sexual da humanidade. Não sem razão! Quando nos perguntam: "Você é psicanalista?" Caso a resposta seja negativa, ou mesmo quando tentamos mostrar a complexidade da questão, sobrevem ao semblante de quem nos ouve aquela expressão frustrante associada ao pénsamento "Ah, que pena!". A ponto de caber quem sabe um dia retrucar: "Mas não se amofine! Gosto muito de Freud,  e mais que isso, sou doido por em sexo 'da pesada'"...  HAHAHAHAHAH
De tudo isso vem a grande geniliadade de Kahneman, sabedor de que qualquer abordagem do grande tema, Razão, Emoção e Decisões Econômicas só poderia ser embasada na Ciência Cognitiva. Jamais em subjetivismo, estirpe, modismo, brainwash, fashion, asserções lógicamente irrefutáveis, style ou griffe.

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