Uma perspectiva monista aplicada ao problema mente-corpo deve correlacionar a cada "evento mental" um "evento corpóreo" [estado determinado do corpo nos níveis micro e macroscópicos]. Este último deve vir descrito em termos anatômicos e fisiológicos, como base subjacente a nossa mente, bem como a todos os seus processos. "Eventos mentais" definimos aqui como as actividades, os atos e conteúdos cuja matriz é a mente humana.
De nosso pressuposto básico (o monismo) a cada "evento mental", certamente inclusive a função simbólica, decorre necessariamente a existência de um "evento corporal" com o qual mantém correspondência bi-unívoca . Pouco importa se a comprovação e a possibilidade de descrever precisamente essa correlação venha a revelar-se uma tarefa ainda mais complexa do que somos agora capazes de imaginar.
Assim, não há razão para persistirmos a falar de uma divisão corpo-mente subsistente por si mesma, ontologicamente posta, independente da existência de um sujeito observador. A divisão percebida e concebida necessariamente emerge como condição a priori a qualquer tentativa de capturar fenômenos humanos como objetos de estudo.
É a dupla porta de entrada disponível para qualquer tentativa de conhecer indivíduos de nossa própria espécie que impõe a emergência inevitável de dois campos científicos a respeito de um objeto mono-substancial em essência.
A imposição a priori de tal porta de entrada dupla pode ser percebida claramente, ao levarmos em conta o fato de que todos os dados empíricos sobre os seres humanos são captados, em última análise, de uma dessas duas fontes:
1) seja do corpo como um objeto concreto, seja
2) da mente como um constructo objetivado derivado da comunicação verbal (palavras) ou não verbal (gestos, caretas).
Devemos advertir eventuais leitores para que não se apressem e não concluam erroneamente que aqui defendemos o "organicismo" como a melhor abordagem para as ciências humanas, sejam da mente ou não ! Tampouco que optamos por defender o psicologismo, ou algo como um sociologismo. Estas considerações metodológicas destinam-se antes a chamar a atenção para o fato inegável de que a enorme complexidade do problema mente-corpo vai muito além de qualquer teoria reducionista.
Impõe-se ficar alerta aos perigos inerentes a todos os reducionismos, pois falsamente afirmam a validade de supostos conhecimentos "científicos" sobre nossos cérebros e mentes, que se mostram logo dados parciais, inadequados ou mesmo francamente errôneos. Nossos cérebros-mentes são órgãos sagrados, pois constituem a matriz mais profunda de nossa própria existência e liberdade, de nossa condição humana.
PARA LER OUTRA POSTAGEM INTRODUTÓRIA A RESPEITO DESTE MESMO TEMA, CLIQUE ABAIXO:
http://reality-to-who.blogspot.com.br/2013/01/methodological-note-bio-psycho-social.html
De nosso pressuposto básico (o monismo) a cada "evento mental", certamente inclusive a função simbólica, decorre necessariamente a existência de um "evento corporal" com o qual mantém correspondência bi-unívoca . Pouco importa se a comprovação e a possibilidade de descrever precisamente essa correlação venha a revelar-se uma tarefa ainda mais complexa do que somos agora capazes de imaginar.
Assim, não há razão para persistirmos a falar de uma divisão corpo-mente subsistente por si mesma, ontologicamente posta, independente da existência de um sujeito observador. A divisão percebida e concebida necessariamente emerge como condição a priori a qualquer tentativa de capturar fenômenos humanos como objetos de estudo.
É a dupla porta de entrada disponível para qualquer tentativa de conhecer indivíduos de nossa própria espécie que impõe a emergência inevitável de dois campos científicos a respeito de um objeto mono-substancial em essência.
A imposição a priori de tal porta de entrada dupla pode ser percebida claramente, ao levarmos em conta o fato de que todos os dados empíricos sobre os seres humanos são captados, em última análise, de uma dessas duas fontes:
1) seja do corpo como um objeto concreto, seja
2) da mente como um constructo objetivado derivado da comunicação verbal (palavras) ou não verbal (gestos, caretas).
Devemos advertir eventuais leitores para que não se apressem e não concluam erroneamente que aqui defendemos o "organicismo" como a melhor abordagem para as ciências humanas, sejam da mente ou não ! Tampouco que optamos por defender o psicologismo, ou algo como um sociologismo. Estas considerações metodológicas destinam-se antes a chamar a atenção para o fato inegável de que a enorme complexidade do problema mente-corpo vai muito além de qualquer teoria reducionista.
Impõe-se ficar alerta aos perigos inerentes a todos os reducionismos, pois falsamente afirmam a validade de supostos conhecimentos "científicos" sobre nossos cérebros e mentes, que se mostram logo dados parciais, inadequados ou mesmo francamente errôneos. Nossos cérebros-mentes são órgãos sagrados, pois constituem a matriz mais profunda de nossa própria existência e liberdade, de nossa condição humana.
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