Subscribe in a reader

IDIOMAS, IDIOMS, LINGUE

ENGLISH, ITALIANO, PORTUGUÊS
Todas as postagens originais deste blog, com poucas exceções, podem ser lidas aqui, sem a necessidade de recorrer a tradutores automáticos, nesses idiomas acima.
Embora possam alguns dos textos não aparecer nas páginas iniciais, basta pesquisá-los aqui mesmo.

Tutti i post di questo blog, con poche eccezioni, potreste leggere qua nelle tre lingue su dette, senza bisogno di ricorrere a traduttori automatici (come il traduttore
di google). Sebbene possono non essere trovati nelle pagine iniziali, appariranno se ve le cercate.


Original posts on this blog, but for a few exceptions, may be found here in the three above mentioned idioms without need of any automatic translators. Whether not visible in the first pages, the "search this blog" tool will help you to find them easily.

March 8, 2025

Dolorosa Percepção


Dentre os mais incômodos insights da consciência está o de perceber a si próprio como fonte do prazer de uma pessoa sádica, esteja ela presente ou não, venha ou não a saber disso.

ALEPH: Especulação Arqueo-Antropológica.

No ensaio "Totem e Tabu" de 1913, Sigmund Freud apresentou uma hipótese antropológica ousadamente especulativa, construída através do entrelaçamento dos revolucionários conceitos de sua teoria psicanalítica, então recém-criada.Uma horda primitiva, semelhante àquelas observadas entre primatas superiores, como gorilas e chimpanzés, é dominada por um macho forte e astuto, que exclui com violência os rivais mais jovens da posse das fêmeas. Até ol dia em que esses excluídos se unem, derrotam, matam e devoram o líder (e pai da maioria), dando origem a uma nova ordem familiar e social. A partir de então não haveria mais tal tipo tão primitivo de "patriarca". Acabava assim a necessidade desse tipo de assassinato hediondo com canibalismo para expulsar os velhos dominanres do topo.Freud afirma que esse parricídio primordial permanece em nosso inconsciente coletivo e dá estrutura ao complexo de Édipo típico das famílias humanas pra sempre. É desnecessário sublinhar, portanto, a sua importância nuclear na constituição de nossas mentes sob uma perspectiva freudiana.

Apresentamos aqui, através de um conto em estilo mítico, uma forma alternativa de também especular, à nossa maneira, sobre as raízes mais profundas do nosso funcionamento mental

​ALEF

Nasceu perto do grande rio que atravessa um deserto sem fim, à sombra de um enorme baobá, não muito longe do mar. As dores do parto foram fortes, mas a alegria e o brilho logo alcançaram os olhos da mulher que lhe trouxe à vida. Quando criança, ele brincava nas várzeas ao longo daquele mesmo rio tão largo; corria e pulava pela floresta, subia em árvores, e comia tantos tipos de fruta. Tornou-se um jovem forte e musculoso, e logo as mulheres com quem cruzava rapidamente se entregavam àquele belo homem. Aos seus desejos, Aleph facilmente correspondia, ingênuo, suave, cheio de tesãio e ternura.
Logo formavam uma horda errante: ele, então o único macho, cercado por inúmeras fêmeas com suas tantas delícias.
De início, caminharam no sentido das águas do grande rio, até uma manhã fria em que, surpresos, avistaram imenso marcom altas ondas e salgadas. A partir dali, sempre a se amar e procriar, seguiram ao longo da orla marítima, tendo como direção o rumo daquela terra distante de onde vinha sempre o sol.
Em certa manhã muito quente de verão, ao dar-se conta subitamente de que mulheres mais velhas já o despertavam seu desejo, Aleph as abandonou. Estas, porém, ainda que separadas do grupo que premanecia perto dele, passaram a seguir suas pegadas na areia. Ao fazer isso, elas poderiam observá-lo, ainda que à distância. Assim, poderiam ainda sonhar e devanear com o olhos de Aleph..
Sedento pela vida, ansiando por todos os tipos de êxtase e maravilhas, Aleph continuou a buscar por novas terras, tanto quanto por novos corpos quentes e ávidos. 
Tanto pelos que o tinham a seu lado, que ainda podiam oferecer-se a sua luxúria infinita, quanto pelo grupo rejeitado, a horda de errantes crescia.
Aleph trocava, então, cada vez mais, amantes envelhecidos por jovens adolescentes nascidos entre seu povo. Tanto 7umas quanto outros eram logo seduzidos por ele, e se revelavam parceiros quentes, gentis, lascivos.
Aleph não tinha nome algum, assim como ninguém nem nada entre eles. A única linguagem em meio à horda eram os gemidos e gritos das frequentes orgias.
Até que veio um amanhecer, em que avistaram a um outro mar, ou lago, extremamente salgado, denso, a ponto de só pedras e rochedos irem ao fundo em suas águas. Parecia não abrigar qualquer peixe. Assim,durante o percurso ao longo daquela nova margem, só pequenos animais do deserto serviam-lhes de alimento, tendo que ser caçados com dificuldade por entre os rochedos. Por isso, foi com muita alegria que, num amanhecer dourado chegaram à uma foz de rio, cuja água doce desembocava naquele mar tão salgado. A partir desse momento, tendo fácil acesso a comida, aquela horda nômade pôde parar de perambular tanto, e fixou-se ali por muitas estações. Foi nesse bom tempo e lugar que Aleph atingiu o máximo de sua força e beleza de macho humano.
Apaixonava-se por garotas assim que via o desejo quente e maduro em seus olhos, e abraçava cheio de ternura os garotos em que percebia ombros largos o bastante, peitos peludos, coxas musculosas. Esses jovens, gerados nas fêmeas da horda, entregavam-se a ele em êxtase, e o amavam com a fúria dos leões no cio.
Muitos outonos antes, uma das fêmeas mais belas dera à luz um menino, que logo se pareceria muito e cada vez mais com Aleph: no rosto, no cabelo, nos olhos, na sede de poder. Assim que o primeiro desejo forte desse rapaz brotou, ele e uma linda mulher, que talvez fosse a que lhe deu à luz, fizeram amor explosivamente.
Presenciando essa fúria amorosa repentina a poucos metros de onde dormia, Aleph, foi tomado por intenso tesão tanto por aquele jovem musculoso, quanto por ver sua penetraçao em uma de suas mais lindas amantes.
Na margem direita do rio, já perto da foz tão salgada e em meio aos rochedos, aconteceu o encontro numinoso: o rapaz, a primeira mulher que amou, e Aleph. Os três nus, a tocar-se e beijar-se loucamente, as ereções intensísimas rivalizavam em rigidez com a das pedras ao redor. Abraçaram-se, entrelaçaram seus corpos e uivaram como lobos por toda a noitem mais quente daquele verão.
Por serem dois homens idênticos, eles poderiam ter prosseguido a viver e a amar lado a lado, compartilhando cada uma daquelas lindas e daqueles lindos amantes. Quem seria capaz de diferenciar um do outro? E pra quê? Tal teria sido seu destino de machos fortes, corajosos, ávidos por orgias intermináveis: seriam capazes de levar uma só vida de prazeres, a seguir com a horda para sempre rumo àquela terra misteriosa de onde nasce o sol.
Entretanto, algo completamente insuspeitado, veio interromper o que parecia ser o fluxo espontâneo natural de suas vidas. Tal fato, diferente de tudo que viviam, se deu numa daquelas noites de orgia, logo ao final de um intenso e ruidoso ménage-à-trois. Por ter gerado, quem sabe, o rapaz em seu próprio corpo, a mulher se deu conta de que o desejava com mais intensidade do que seu tesão por Aleph. Foi, por isso, capaz de, pela primeira vez, distingui-los. E em seguida, lançando poderosa feitiçaria contra o mais maduro, deu-lhe um nome: “Pai”.
Tendo um nome, "Pai", não seria mais confundido com o jovem. O entrelaçamento de suas identidades, que lhes proporcionara tantos momentos de êxtase, não existia mais. Tentaram então apelando a suas memórIas repetir o trio explosivo, usando das mesmas carícias, beijos, abraços, e toques de mão, que haviam levado aos momentos de maior gozo. Houve alegria, júbilo, mas foi por tudo impossível alcançar aquele mesmo ritmo simultâneo que os levara a chorar e a gritar em uníssono. Perplexos, puderam então observar outro feitiço dela:  chamou o clímax de gozo tido pouco antes com Aleph de “o Passado”. O outro orgasmo, mais forte, que acabara de ter com o jovem, chamou de “o Futuro”. Àquela sensação de tédio e frustração perturbadores em que os três se encontravam pouco antes do amanhecer, ela chamou de “o Presente”.
A partir de então, como seres individualizados, com nomes e noções sobre um fluxo unidirecional de tempo, “Filho” e “Pai”, odiaram-se. Em seguida, Aleph expulsou violentamente Filho, fazendo com que se juntasse aos rejeitados. A mulher matriz de palavras o acompanhou. “Filho e Mãe”, dois nomes que ela acabara de inventar, frustrados e infelizes, ainda puderam conceber outra dimensão do tempo: a de uma vida que teria sido possível se o trio de amantes não tivesse sido desfeito, se o seu amor incendiário ainda pudesse existir como antes. Filho e Mãe nomearam esta dimensão temporal imaginada, ausente e inatingível, de “Eternidade”. O orgasmo explosivo e simultâneo daquele trio, impossível de expressar em palavras, chamaram de “Deus”.
Entre os rejeitados, que só sobreviviam por sonhar e devanear com os olhos de Aleph, Filho, fisicamente tão semelhante a ele, logo foi admirado e desejado por todos. Mãe decidiu ensinar a todo o seu novo grupo a feitiçaria dos nomes e dos tempos. Visto que o gozo com o Pai era “o Passado”, sua condição de rejeitados, “o Presente”, o orgasmo com Filho, “o Futuro”, e a felicidade que poderia ter sido — mas nunca se deu — a “Eternidade”; os rejeitados sentiram-se capazes de se afastar do brilho dos olhos de Pai. Assim decidiram, numa tarde de outono, quando Filho lhes falou de “Deus”, uma alegria, um clímax orgástico indescritível, impossível até de colocar em palavras as suas nuances tão preciosas, e o seu ritmo triplo tão sublime e harmonioso. Sim, inútil tentar dizer algo sobre a intensidade de Deus ou mesmo sobre a veracidade de sua existência. No entanto, ao tentar transmiti-lo para sua nova horda, Filho criou um conjunto mágico e requintado de sons e cadências, para espanto, maravilha e fruição de todos. Assim, ele inventou a Música.
O grupo dos rejeitados, em que apareciam cada vez mais nomes — designando tanto coisas quanto idéias ou sensações — seguiram em direção ao sol poente, trazendo de Aleph lembranças daqueles dias de luxúria, tanto quanto a dor de nunca mais poder ver seus olhos. Nunca, nem mesmo através das infindáveis gerações subsequentes, foram esquecidos aqueles encontros amorosos a três, nem as palavras que Mãe ali criara: Infinito, Beleza, Passado, Eternidade, Deus.

As Guerras e A Razão


Quando ainda nem sabia qual era a religião verdadeira de nossa família, diante de um noticiário da guerra Palestinos X Israel, meu pai me pergutou:
-- Filho, e nessa guerra, pra quem você torce?
-- Não torço pra ninguém. A situação é complicadíssima!
-- Sim, mas qual lado tem razão?
 Eu respondi:
--Papai, numa guerra ninguém tem razão. A primeira vítima de qualquer guerra é a razão.
Se tivessem razão, não estariam em guerra!
Ele ai aprovou minha poderação.

March 7, 2025

Painful Perception


Among the most disturbing insights of consciousness is that of perceiving oneself as the source of pleasure for a sadistic person, whether this person is present or not, whether she or he is aware of our pain or not.

Dolorosa Percezione


Tra le intuizioni più scomode della coscienza c'è quella di percepire se stessi come la fonte del piacere di una persona sadica, indipendentemente dal fatto che questa persona sia presente o meno, che ne sia consapevole o meno.

March 4, 2025

Das Fermi-Paradoxon aus Kantischer Sicht















Die Stadt Königsberg zu Kants Lebzeiten

Lass mal uns über einen scheinbar ertagreichen Ansatz zum Fermi-Paradoxon sprechen, von welcher Perspektive muss ich betonen es ist mir unbekannt dieses Problem schon analysiert wurde.
Ich beziehe mich auf eine Lösung, die sich zwangsläufig aus Immanuel Kants „Transzendentaler Ästhetik“, dem ersten Teil seiner „Kritik der reinen Vernunft“, ergibt.
Wir sind doch erst fähig irgendwo nach irgend etwas suchen durch unsere Sinnesapparat, sei es mit oder ohne die Hilfe von technologischen Hilfsmitteln.
Jeder von außen kommende Reiz erreicht unseren Geist erst, nachdem er von einem unserer Sinne (Sehen, Riechen, Schmecken, Tasten, Hören) erfasst wurde. Dieser Prozess geschieht so, dass jede Information, um das Bewusstsein zu erreichen, muss unbedingt durch eine Prägung, die ein wesentliches Merkmal unserer „sinnlichen Intuition“ ist, einen vorherigen, a priori Stempel von Raum und Zeit erhält.
Es gibt überhaupt keinen Grund anzunehmen, dass ein Außerirdischer, ein hypothetisches außerirdisches Wesen, das irgendwann durch eine Art biologischer Evolution irgendwo im Universum/Multiversum entsteht worden ist, mit ähnlichen Sinnen ausgestattet sein sollte, die so geformt sind, dass sie Zeit und Raum auf dieselbe Weise erfassen können wie unser Bewusstsein.
Es gibt keine vorstellbare Begründung für die Annahme, dass die Fähigkeit eines Außerirdischen, Daten von außen zu erfassen, mit unserer kompatibel sein könnte, eine offensichtliche Voraussetzung für jeden Kontakt mit dem menschlichen Geist.
NICHTS erlaubt es uns, das Wunschdenken zu nähren, dass es außerirdische Wesen gibt, deren Sinneswahrnehmung so sehr raum-zeitlich bedingt sein könnte wie unsere.
Andererseits müssen wir betonen, dass es hier nicht darum geht, der Außenwelt die Realität zu verleugnen oder zu sagen, dass Zeit und Raum Konzepte ohne physische Entsprechungen sind. Bei Kant gibt es keinen ontologischen Idealismus, das heißt, er behauptet nicht, dass das Wesen der existierenden Welt Ideen sind, wie es Platon tut. Zeit und Raum sind menschliche Instrumente zur Erfassung der Welt, hinter denen eine unbestimmte Existenz von etwas Unbekanntem vermutet wird, das ohne ihre a priori Vermittlung unserem Bewusstsein nicht zugänglich ist.

February 28, 2025

A Kantian Approach to the Fermi Paradox

Let us talk about a proficuous approach to the Fermi paradox which I am not aware has been taken into account by scholars trying to solve it yet. I am referring to a solution that necessarily follows, a fortiori, from Immanuel Kant's 'Transcendental Aesthetics', first part of his 'Critique of Pure Reason'.
Here it is: We only able to search for aliens anywhere by gathering information with our sense-perceptive apparatus enhanced or not by any technological tools, i.e., directly or indirectly.
Every stimuli coming from the outside reaches our minds only after being caught by any of our senses (sight, smell, taste, touch, hearing). This process happens in such a way that before arriving at consciousness, any and all information gets a previous, a priori stamp of space and time, through an imprinting that is an essential trait of our 'sensible intuition'.
There is no reason to assume that any alien, a hypothetical extra-terrestrial being eventually generated by some type of biological (or of another nature) evolution somewhere in the Universe/Multiverse, should also be endowed with similar senses molded so as to catch Time and Space the same way as our consciousness does.
There is no conceivable rationale to imagine that the ability to capture data from the outside by an alien might be even compatible with ours, an obvious condition for any contact with human minds.
NOTHING allows us to feed the wishful thinking that there exist extra-terrestrial beings whose sense-perception could be space-timely conditioned so much as ours.

On the other hand, we must stress that this is not a question of denying reality to the outside world, nor of saying that Time and Space are concepts without physical counterparts. There is no ontological idealism in Kant, that is, he does not claim that the essence of the existing world is ideas, as Plato does. Time and Space are human instruments for capturing the world, behind which an indeterminate existence of something unknowable, inaccessible to our consciousness without their a priori mediation,  is assumed.