A ciência, ao tomar o ser humano como objeto de estudo, e assim dirigir seu foco de atenção ao próprio agente de qualquer conhecimento possível, depara-se inexoravelmente com duas possíveis vias de abordagem, geradoras de duas séries muito distintas de dados observáveis:
Dessa cisão, que se impôs desde sempre e forçosamente, à capacidade humana de conhecer a sua própria espécie, tarefa complexíssima, resultaram:
A) As Bio-Ciências do Homem;
ALERTA: O leitor não deve cair na tentação de ver aqui uma validação de qualquer tipo de reducionismo: seja psicológico ou orgânico! Que fique claro que nem uma abordagem nem outra deixa de ter suas severas limitações, o que torna salutar que tanto se degladiem.
Dessa cisão, que se impôs desde sempre e forçosamente, à capacidade humana de conhecer a sua própria espécie, tarefa complexíssima, resultaram:
A) As Bio-Ciências do Homem;
ALERTA: O leitor não deve cair na tentação de ver aqui uma validação de qualquer tipo de reducionismo: seja psicológico ou orgânico! Que fique claro que nem uma abordagem nem outra deixa de ter suas severas limitações, o que torna salutar que tanto se degladiem.
1ª) A dos fenômenos ditos biológicos, senso strictu, que se dão a conhecer como eventos corpóreos, e que compõem um conjunto de dados apreensíveis, direta ou indiretamente, pela sensopercepção;
2ª) A dos fenômenos ditos mentais, que se deixam apreender apenas indiretamente e através da linguagem, seja ela verbal ou não-verbal,
B) A Psicologia;
Resultaram também concepções metafísicas acerca de nossa condição, que podemos reduzir a duas fundamentais:
A) Concepção Dualista: de acordo com a qual, o ser humano é o resultado da interação de dois componentes essenciais, quais sejam,
1. O corpo anatômico, e
2. A alma imaterial.
A concepção de Descartes, muito conhecida, atribui à glândula pineal ser sede da alma, de onde esta comandaria o corpo.
B) Concepção Monista: o ser humano é um só, não existem dois seres dentro dele, um ente corpóreo oposto a, e coexistente com outro ente imaterial e anímico (alma, espírito).
Kant, em sua Crítica da Razão Pura (1782) já nos demonstrou que certas questões não têm resposta dentro dos limites da pura razão. E esse é o caso entre dualismo e monismo nas ciências do homem.
Todavia, como já deixamos claro em postagens anteriores ('Problema Corpo-Mente' e 'Realismo Metafísico versus Instrumental') nossa prática psiquiátrica nos levou desde cedo à opção pelo Monismo Instrumental.
Nosso ponto de partida é:
O ser humano é uno, um único ser vivente!
Igualmente falso falar de duas facetas (alma e corpo) desse mesmo ser humano. Essa divisão do Homem em dois entes decorre exclusivamente da limitação inerente a nossos métodos de abordar esse existente que é único, indivíduo, indivisível.
O autor deste ensaio publicou "A Coruja de Minerva", romance pós-moderno, pela amazon.com em fins de 2013, que pode ser acessado através do link (ligação):
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